Tapete preto
Moda campeira
Deitado na minha rede, esperando o sono chegar
Olhando na rodovia, vendo os carros transitar
Meu pensamento voltou, há 30 anos atrais
Lembrei da estrada de terra, que sumiu pra nunca mais
O progresso é coisa boa, mas também faz muito mal
Ele tirou o sossego, da nossa zona rural
Aquela fumaça preta que sai do óleo queimado
Poluiu nossa floresta deixou o ar contaminado
Naquele tapete preto é um luto permanente
Aonde muitos cristão perde a vida derrepente
Pois tem certos motoristas, abusado impludente
Pensa que é dono da estrada, provocando acidente
Nossa estradinha de terra, o asfalto passou por cima
Onde eu chutava bola, e posto de gasolina
Virou estacionamento tem hotel e restaurante
Hoje ponto de turismo, pousada de viajante
Eu recordo com saudade do velho tempo que foi
Da nossa estradinha de terra, do meu carrinho de boi
Onde meu carro cantava duetando nos cocão
Hoje só escuto buzina de carreta e caminhão
Minha traia de carreiro, tá guardada no porão
Meu carro tá apodrecendo no fundo do mangueirão
Neste carro já transportei arroz milho e feijão
Este bendito asfalto roubou minha profissão